quarta-feira, 27 de julho de 2011

Da Minha Vida Gauderia.

Na minha vida gauderia
Em galpão
Sou o menor dos tições
Quase sem valor
Mas trago no meu peito
O pajador farroupilha
Que brigou pelas coxilhas
Com garra de um guerreiro!
Sou legenda sou imagem
Dos costumes campesinos
Sou o tropel sou as crinas
Do cavalo que corcoveia
Sou o homem que maneia
E o buçal que redomão
Sou faixas de um carvão
Que num instante incendeia
Sou a cocheira na trempe
Aquecendo no fogo brando
Sou o barulho do baralho
Trançando o jogo a primeira
Sou oi fruto da pitangueira
Que a natureza matou
Sou a raiz que espalhou
Nesta terra gauchesca.
Sou o barulho da manada
Disparando pelo vale intenso
Sou a sombra do pomar
Diminuindo o calor
Sou a marca do corredor
Num comércio de estância
Sou um gole de cachaça
Para afastar as magoas do amor
Sou o canto do quero-quero
Guardian das coxilhas
Sou o estilingue a farroupilha
Nas mão do guri cagador
Sou as cordas pelo trançado
Fazendo tranças com carinho
Sou a estante do barzinho
Sou o grito do envido ou flor!
No meio do aguapezal
Sou tudo aqui neste pago
Sou crença, vida , sou raça
E esse é o meu viver .


Autor da Obra : Pedro Emilio Rocha.

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