quarta-feira, 29 de junho de 2011

LUIZ CARLOS MIRANDA BATISTA, O CAÉCO
Texto por Prof. Ariane Ferreira
Luiz Carlos Miranda Batista, o Caéco, é poeta são-borjense. Nasceu dia 16 de agosto de 1936 em São Borja. Casou-se, teve dois filhos, dedicou sua vida ao trabalho no campo.
Caéco veia a falecer dia 16 de fevereiro de 2010 que, por ironia do destino, foi justamente no dia de carnaval, no qual o poeta participava com letras de músicas nos festivais, ganhando praticamente todos que participava e só parou a pedido de sua mãe.
O poeta foi também uma peça fundamental nas realizações do Festival de Barranca, festival no qual participava fielmente com suas composições. Para ilustrar ainda mais sua coleção de troféus, Caéco venceu (como letrista) algumas edições da Ronda de São Pedro, grandioso festival de música de São Borja.
Viveu seus últimos dias em sua residência, a fazenda Santa Branca que pertencia a seu pai, local onde Caéco passava quase todo seu tempo, era seu refúgio.
Quem o conheceu sabe, homem de poucas palavras e onde nessas, expressava a marca de sua autenticidade. Era um gaúcho nas dimensões da alma e um amante da liberdade; simpático, irônico, gracioso com os amigos; um exímio contador de causos.
E Caéco é assim, sem esquecer o acento e como ele mesmo dizia:
“Eu nunca fui além de mim
Sou isso que sou e que serei
Somente Deus há de mudar meu tranco
E por viver assim já me aquerenciei”
Em seu único livro publicado, “Mateando”, Caéco transmite as coisas simples da vida no campo, do homem campeiro, aquilo que vivenciou e recolheu ao longo de sua existência. Rico em linguagem regionalista, os poemas trazem um sabor campesino, original, são como orações que a rude fé gaúcha encontra cada vez que surpreende sua própria razão e vitalidade.
Aos pingos que tive um dia - Caéco

Em que campos andarão
Os pingos que foram meus?
Seus novos donos quem serão?
Eu sempre ouvi dizer
Que quando um chiru é buenacho
Tem garantida a morada
Numa invernada do céu.
E os pingos, também terão?
Pois, buenos como eles foram,
Creio que lá estarão.

E sei que um dia vou tê-los
Quando pra lá também for.
E de longe, quero vê-los
Pastando por entre as estrelas
Num campo de pura flor.

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